Viena – Áustria

Fizemos essa viagem em setembro de 2024. No roteiro, com escala em Londres, incluímos 3 dias inteiros em Viena, mais um dia de bate-e-volta em Bratislava (Eslováquia), 1 dia e meio em Ljubljana (Eslovênia), 1 dia em Zagreb, 1 dia no Parque Plitvice, entre Zagreb e Zadar, 1 dia em Zadar, 1 dia entre Zadar e Split visitando algumas cidades no caminho (Šibenik, Primošten e Trogir), 1 dia inteiro em Split, 2 dias em Hvar, 1 dia entre Hvar e Dubrovnik, passando por Neum (Bósnia e Herzegovina) para almoçar, e 2 dias inteiros em Dubrovnik. No retorno, tivemos 8 horas de layover no aeroporto de Madrid, então deu para ir até a cidade, fazer um passeio pelos seus principais pontos turísticos, jantar por lá e retornar ao aeroporto para embarcar de volta ao Brasil.

Viena é conhecida por ser a cidade da música, onde nasceram e por onde passaram diversos compositores famosos. Foi capital do Império Austro-Húngaro e a residência da longa dinastia dos Habsburgos. Não faltam ali construções opulentas e grandiosas, muitas delas restauradas e reformadas, em meio a outras obras modernas e muitas, mas muitas atrações para todos os gostos e idades. Tem um ótimo sistema de transporte público e muitos parques verdes para se passear.

Chegamos em Viena no meio da tarde, e do aeroporto tomamos o trem CAT até a estação Wien Mitte (EUR 14,90 por pessoa), que fica bem em frente ao Hilton Vienna Park, onde nos hospedamos. Deixamos as malas no hotel e saímos para andar nos arredores da Catedral de São Estéfano (Stephansdom). A região da rua Graben, que termina lá, tem várias lojas e restaurantes, e fica lotada de turistas o dia inteiro. É onde foi instalada em 1679 a Pestsäule, uma coluna de esculturas da Santíssima Trindade, em homenagem às vítimas da peste.

Coluna Pestsäule

1o dia em Viena

Agendamos logo cedo um Free Walking Tour, que partia da Albertinaplatz, em frente à Fonte Danubius. Os guias levam o grupo a um subconjunto dos principais pontos turísticos, contando a história do local e de seus personagens. Paga-se no final quanto cada um quiser, em geral entre EUR 5 a 10 por pessoa.

Havíamos comprado pela internet o Vienna Pass, que dá direito a usar todos os transportes públicos e inclui a entrada gratuita em diversos museus e atrações turísticas. No caminho para o encontro com o guia, passamos pelo parque Stadtpark e fomos até o escritório do Vienna Pass, em frente à Ópera de Viena, para pegarmos os crachás e o livro-guia.

O trajeto guiado nos levou do Monumento Contra a Guerra e o Fascismo, ao lado da Galeria Albertina, passando pela Ópera de Viena, a Biblioteca Nacional, o jardim de Burggarten e o Monumento a Mozart, a praça dos Museus “Gêmeos” (de História Natural e de História da Arte), a Praça Heldenplatz em frente ao Palácio Imperial de Hofburg, o Portão Suíço, as ruínas romanas de Ausgrabungen Michaelplatz, em frente ao Museu da Sissi, até as ruas Graben e Kärtner, de onde já se avista a catedral Stephansdom.

Monumento Contra a Guerra e o Fascismo

O ponto turístico central da cidade parece ser o Palácio Imperial de Hofburg. Construído no século XIII para ser a residência oficial dos imperadores e o centro político do Império, foi lá em que nasceram muitos dos Habsburgos famosos, como Maria Antonieta e a intolerante Imperatriz Maria Theresa. Hoje serve como residência e escritório do presidente da Áustria. Dentro de seu complexo de edifícios fica o Museu da Sissi (Imperatriz Elisabeth), a Biblioteca Nacional Austríaca, o Museu Etnográfico e Arqueológico, e o Museu dos Papiros. Uma de suas passagens, entre um pátio e outro, é ricamente adornada e decorada, e foi construída a pedido do primeiro Imperador Ferdinand I, entre 1552-1553 – o Portão Suíço.

Face noroeste do Palácio Imperial de Hofburg

Portão Suíço

Na face sudeste do complexo palaciano estão os jardins de Burggarten, em cuja lateral há uma estufa art nouveau com milhares de borboletas e no lado oposto o Memorial a Mozart.

Memorial a Mozart no Burggarten

O tour terminou na praça da Catedral de São Estéfano (Stephansdom), a Catedral de Viena, uma construção gótica e românica, erigida no século XIV sobre as ruínas de uma igreja de 1147. A entrada é paga para subir os 343 degraus de sua torre, que tem uma vista de toda a cidade e do maior sino da Áustria.

Catedral de São Estéfano

Parte de trás da Catedral de São Estéfano

Interior da Catedral de São Estéfano

Ali perto está também a Igreja de São Pedro (Peterskirche), uma das mais antigas de Viena, com seu maravilhoso interior trabalhado e pintado.

Interior da Igreja de São Pedro

O tour guiado deixou de lado alguns outros lugares de interesse, como o Volkstheater, o MuseumsQuartier (Museus mumok e Leopold), o Parque Volksgarten, a Prefeitura (Rathaus), o Senado/Parlamento, a Votivkirche e a Karlsplatz, por exemplo. Mas depois de terminado o tour pudemos ver todos aqueles que nos interessavam mais. Aproveitamos uma barraquinha de salsichas perto da Catedral para um rápido “almoço” e seguimos para o Museu Judaico e depois para o Museu da Sinagoga na Judenplatz.

Museu da Sinagoga

Memorial da Sinagoga na Judenplatz

Caminhamos depois até a Rathausplatz, praça da Prefeitura, que se preparava para um Festival de Filmes e estava cercada de barraquinhas de comida e bebida. Tomamos nota do evento e decidimos visitar primeiro a Galeria Albertina, que reúne alguns clássicos de Picasso, Cézanne, Miró, Monet, Munch e Klimt.

Prefeitura, Rathaus

Albrechtsbrunnen, em frente à Galeria Albertina

Saindo do museu, retornamos à Prefeitura para ver o Burgtheater, jantar nas barraquinhas e assistir um dos filmes do festival, uma animação, já ao anoitecer.

Burgtheater

E na volta, paramos para apreciar a arquitetura do Parlamento Austríaco.

Parlamento Austríaco

2o dia em Viena

Levantamo-nos cedo e pegamos o metrô até o Palácio Schönbrunn, para tentar evitar as multidões de turistas e conseguirmos visitar as áreas fechadas e abertas com tranquilidade. O ingresso do Vienna Pass inclui apenas um pedaço das instalações e salas internas, mas vale a pena. Quem quiser visitar outras salas precisa adquirir um ingresso pago.

Palácio Schönbrunn

O Palácio é a residência de verão da família imperial, e é cercado de jardins, fontes, estátuas, e outras atrações pitorescas. Além do grande salão de baile e aposentos decorados, o que vale ver são os jardins, a Fonte de Netuno, e subir até a Gloriette para se ter uma vista bonita tanto do palácio quanto de toda a cidade de Viena. Pode-se visitar o labirinto de plantas, o zoológico, e os jardins do rosário e das estufas. O zoológico, aliás, é o mais antigo em funcionamento do mundo (não é grande coisa, na minha opinião, mas tem vacas e capivaras!). É programa para a manhã toda, ou mais. Acabamos saindo dali quase às 14h e pegamos o metrô para o centro novamente.

Jardins do Príncipe Coroado, Palácio Schönbrunn

Fonte de Netuno, Palácio Schönbrunn

Gloriette, Palácio Schönbrunn

Jardins das Estufas, Palácio Schönbrunn

Antes de visitar o Museu da Sissi, parte do complexo do Palácio Imperial de Hofburg, comemos um sanduíche num mercado de esquina na Michaelerplatz. Ali tem também o famoso (e caro) Café Demel. Na rua fazia calor, mas dentro do museu alguma coisa parecia errada, pois o ar estava tão quente, mas tão quente, que as pessoas passavam mal. O museu recebe as pessoas com horário marcado e apesar de chegarmos na nossa hora, às 15h, havia uma multidão de gente ali dentro, que praticamente impediam a passagem de uma sala a outra se alguém quisesse sair correndo para ir ao banheiro. Mesmo assim, é um local interessante, que conta a história da Imperatriz, sua rotina diária, até sua morte trágica e inesperada.

Entrada do Museu da Sissi no Palácio Imperial de Hofburg

Saímos de lá e entramos na Biblioteca Nacional Austríaca, também parte do complexo do Palácio, um charme de lugar. Vazio – não é tanta gente que se interessa por livros hoje em dia, infelizmente – e com pé direito altíssimo, o espaço é digno de filme.

Biblioteca Nacional Austríaca

Aproveitamos depois para contornar o edifício da Ópera Estatal de Viena, que estava sem concertos durante as férias e não tinha agenda para visitas internas naquela semana. Construída no fim do século XIX, teve em sua première de maio de 1869 a presença do Imperador Franz Josef e da Imperatriz Sissi, para ouvierem Don Giovanni, de Mozart.

Ópera de Viena

Retornamos ao hotel para um banho e troca de roupa, para sairmos em seguida e assistir a um concerto na Orangerie do Palácio Schönbrunn, cujos ingressos havíamos comprado pela internet com bastante antecedência. A cidade da música oferece aos visitantes inúmeros concertos e operetas, que acontecem em diversas igrejas, palácios e salões. Há pessoas na rua vendendo ingressos para tudo, mas é preciso ter cuidado na escolha do lugar e repertório. O que assistimos foi uma mistura divertida de Mozart e Strauss, com direito a um casal interpretando algumas partes de óperas famosas.

Concerto na Orangerie do Palácio Schönbrunn

3o dia em Viena

Quando os avós da minha avó materna saíram da Romênia com um casal de filhos, foram morar em Viena. Ficaram lá alguns anos, tiveram mais um casal de filhos e, infelizmente, a matriarca ali faleceu em 1905. Foi enterrada na área judaica do Wiener Zentralfriedhof, mesmo cemitério onde estão Beethoven, Schubert, Brahms e a família Strauss. Mozart está em outro cemitério ali perto. Ou seja, o lugar é em si um ponto turístico importante da cidade. Então lá fomos nós prestar nossas homenagens a essa mulher, a Marie Gold (1860-1905) e, de quebra, admirar os monumentos a esses músicos e compositores famosos.

Memorial a Beethoven

Em seguida visitamos o Palácio Belvedere e seus jardins, uma construção do século XVII que abriga um museu de arte. É lá que está exposto o famosíssimo quadro “O Beijo”, do artista austríaco Gustav Klimt. A fachada frontal estava linda, mas a fachada de trás estava toda em reforma.

Palácio Belvedere

Dali nos embrenhamos pelo mercado Naschmarkt, cuja origem remonta ao século XVI e hoje conta com mais de 100 barraquinhas de restaurantes e lojas de souvenires. Ali fizemos umas comprinhas e sentamos para almoçar.

Naschmarkt

Saindo de lá, caminhamos em direção ao Volkstheater e MuseumsQuartier, onde ficam o Museu Mumok e o Museu Leopold, entre dezenas de outros museus. Não entramos nestes, mas seguimos para a praça da Maria Theresa, onde estão os museus gêmeos que abrigam o Museu de História Natural e o Museu de História da Arte. Visitamos esses dois rapidamente, pois fecham às 17h.

Museu de História Natural

Como o dia ainda não havia terminado, tomamos o metrô para a Mariahilferstrasse, e percorremos suas lojas, bares e restaurantes. Paramos na Cinamood, onde eu comi o mais maravilhoso Pistache Roll da vida – na embalagem diz “Sweet Little Delicious Piece of Heaven” e é isso mesmo! Pena que eles só têm lojas na Alemanha, Áustria, Luxemburgo e Suíça.

Chegamos finalmente ao Haus des Meeres, o aquário vertical da cidade, que fechava às 20h e dava tempo de explorar (não está incluído no Vienna Pass). O aquário tem 8 andares de instalações impressionantes, com muitos peixes, répteis e até morcegos.

Haus des Meeres

Já caindo a noite, resolvemos tomar um metrô para Herrengasse, onde inicia a rua Graben e jantar por ali. Andamos um pouco e nos assentamos num gostoso restaurante numa das esquinas da Judenplatz.

Vista do restaurante na Judenplatz

4o dia – Bratislava

Apesar de termos comprado o ticket para irmos de barco até Bratislava (e voltarmos), percorrendo um trecho que dizem que é bonito, de cerca de 1h45 no rio Danúbio, a companhia nos mandou uma mensagen 2 dias antes alegando problemas técnicos e cancelando as viagens. Isso fez com que alterássemos nossos planos e jogássemos para o sábado a visita à cidade da Eslováquia. Compramos os tickets de trem pela internet e, da estação Wien Mitte pegamos um metrô até a estação central de Viena (Am Hauptbahnhof), de onde saía o comboio para visitar Bratislava, na Eslováquia.

Fiz um post específico sobre a Bratislava, aqui.

Conclusão

Se tivéssemos mais uma semana em Viena ainda assim não daria para conhecer todas as suas atrações. Deixamos muitas de fora do nosso programa, não por falta de interesse, mas por falta de tempo. Um dia retornaremos para visitar mais alguns museus, o parque Prater (e subir na roda gigante), subir na torre do Danúbio no Donaupark, passar pela Hundertwasser Haus, conhecer outras igrejas, palácios e parques e, claro, experimentar outros restaurantes.

Mas, no 5o dia, já era hora de partir e seguir viagem, também de trem, para Ljubljana, na Eslovênia.

Crédito das fotos: Fabio Tagnin

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