Bergen – Noruega

Neste roteiro de 15 dias em julho de 2022 planejamos visitar as capitais de três países da Escandinávia: Noruega, Suécia e Dinamarca, mais uma extensão em Bergen e arredores, na Noruega. Começando o tour por Oslo, capital da Noruega, seguimos de trem a Estocolmo, na Suécia, depois também de trem a Copenhagen, na Dinamarca. De lá, voamos a Bergen, na Noruega, alugamos um carro, demos a volta pelas cidades ao redor da geleira do Parque Nacional de Jostedalsbreen, e seguimos ainda de carro de volta a Oslo, de onde voamos a São Paulo.

Separei a viagem em 4 partes:

Bergen

Fundada no ano de 1070, Bergen foi a primeira capital do país (até 1299) e hoje é a 2a maior cidade da Noruega, com 300 mil habitantes. Dizem que há precipitações na maior parte dos dias do ano, mas incrivelmente conseguimos pegar dois dias secos para aproveitar melhor suas ruazinhas estreitas e casinhas coloridas.

Será?

Chegamos à cidade de avião às 15:30, partindo de Copenhagen. Mas para quem visita Oslo, há trens saindo de lá diariamente. Alugamos um pequeno apartamento de 1 quarto e sofá-cama na sala, perto da baía do porto, Vågen, o lugar mais central e turístico de lá. Passamos em um supermercado local, para comprar nosso café da manhã do dia seguinte, e saímos um pouco para andar pela baía. Passamos esta tarde e o dia seguinte inteiro conhecendo essa incrível cidade e só então no terceiro dia pegamos um carro e a estrada para o norte.

O distrito de Bryggen é composto de um porto, com um conjunto de charmosas casinhas coloridas em estilo medieval à beira do fiorde, que abrigam lojas, restaurantes, bares, cafés e alguns museus. Apesar de ter sofrido muito com incêndios no passado – o maior deles em 1702 -, algumas dessas casas estão conservadas desde sua construção, enquanto outras foram revitalizadas. Basta andar por entre elas – e entrar nas lojinhas e restaurantes – para ver como foram feitas e como foram restauradas.

Próximos do centro histórico, os bairros de Sydnes e Nøstet conglomeram outras construções antigas de madeira, bem estilosas e pitorescas. Na Torgallmenningen, principal rua comercial da cidade, há lojas mais modernas e monumentos homenageando navegadores noruegueses. E no Byparken um coreto florido nos chama a atenção.

Uma das ruas estreitas da cidade

Praças e monumentos colorem o cenário, contrastando com o céu cinzento

Coreto no Byparken 

Já o forte Bergenhus Fortress, de 1261, oferece um pouco mais da história local, tendo sido residência real no século XI e servido de proteção da cidade e do porto. Entre seus jardins, pode-se visitar o museu e subir na Torre Rosenkranz, para ver a cidade do alto.

Bergenhus Fortress

Mas para se ter uma vista ainda melhor e mais alta da cidade, o melhor lugar é o Monte Fløyen. Pode-se subir a pé ou com o Funicular Fløibanen, que parte do centro de Bergen. Nós optamos por subir de funicular e descer a pé, e foi bem tranquilo.

Funicular Fløibanen e vista da cidade a partir do Monte Fløyen

Ponto famoso da cidade, o Mercado de Peixes (Fisketorget) fica ali na beira do cais. Arquitetado como um enorme contêiner, com paredes de vidro e faixas verticais de madeira, tem restaurantes que servem de tudo – lagosta, camarão, caviar e carne de baleia estão nos cardápios. E há uma parte externa, com tendas que vendem comidinhas de rua também.

Mercado de Peixes

Tendas com comidinha de rua

Quem curte museus pode visitar o Bryggens Museum, que ilustra o passado norueguês, o Museu Hanseático, que mostra como viviam os mercadores entre os séculos XIV e XVI, ou o Lepramuseet, que conta a contribuição de Gerhard Armauer Hansen para a cura da lepra. Quem tem veios mais artísticos, pode ver tamém o Kode, que são quatro museus em um, com acervo de artistas locais e estrangeiros.

Em Bryggen pode-se tomar um ônibus (20 minutos) para visitar Gamle Bergen, um museu a céu aberto, com um pequeno povoado e cerca de 50 casas de madeira dos séculos XVIII, XIX e começo do XX.

Fjords e Geleiras

No aeroporto de Bergen, buscamos o carro que havíamos alugado e partimos pela estrada em direção a Gudvangen. O caminho é extremamente pitoresco, passando em meio a diversos fjords – formados pela entrada do mar por entre os vales de altas montanhas, originado na erosão ligada ao derretimento de placas de gelo. Gudvangen tem uma parada em que se pode tomar um café, almoçar e até alugar um caiaque para dar umas voltas no lago.

Gudvangen

Seguimos em direção a Flam, de onde parte um trem (Flåmsbana) que vai até Myrdal e volta, em um passeio de paisagens interessantes de 2 horas. Não é barato e a viagem de volta é idêntica à de ida. Mas para relaxar, no meio do caminho ele faz uma parada em uma cachoeira (Kjosfossen Waterfall) de 93m e grande volume de água, em que duas dançarinas de peruca loira e vestidas de vermelho entretêm os transeuntes aparecendo e desaparecendo atrás das pedras.

Flåmsbana

Kjosfossen Waterfall

Retornando a Flam, pegamos novamente o carro em direção a Sogndalsfjøra. No caminho, atravessamos o Túnel de Lærdal, de 24,5 Km de extensão, que já foi o túnel rodoviário mais longo do mundo, sucedendo o túnel rodoviário de São Gotardo, na Suíça, até ter sido ultrapassado em 2023 pelo WestConnex em Sydney, na Austrália.

A escolha do nosso pernoite foi em Gaupne, simplesmente por ser o único lugar com quarto disponível naqueles dias. Pena que ao chegarmos na cidade, não havia um único supermercado aberto para comprarmos comida ou restaurante para fazermos a última refeição do dia. Ficar em Sogndalsfjøra teria sido melhor, apesar de Gaupne ser mais perto já do nosso passeio do dia seguinte.

O dia estava reservado para o Parque Nacional Jostedalsbreen, que abriga uma enorme geleira. A entrada no parque ali é pelo portão de Breheimsenteret, onde há um pequeno museu, um café com bons banheiros e de onde saem os tours guiados pela geleira. Os tickets de entrada são comprados ali, na bilheteria e há instruções de como ir de carro até o estacionamento mais à frente. Lá, os guias reunem os grupos, dão explicações de segurança, fornecem os equipamentos e organizam as pessoas para pegar um barco até o outro lado de um fjord e iniciar a subida no gelo.

Breheimsenteret

Lago que atravessamos de barco até a base da geleira ao fundo

O grupo “conectado” por cordas andando sobre a geleira

Quem nunca subiu a pé numa geleira, está esperando o que para se programar? Fizemos o mesmo na Patagônia e foi fantástico. Cada experência é uma aventura única! Não deixe de fazer ao menos uma vez na vida.

A geleira

Depois do passeio, retornamos a Gaupne para o pernoite. Ao amanhecer do dia já seguimos a estrada, dando a volta pelo oeste do parque, passando por Stryn até chegarmos em Loen (são 2h30 apenas). Como ali não encontramos hospedagem na época do planejamento da viagem, acabamos reservando hospedagem na cidade vizinha de Innvik, no simples mas aconchegante Innvik Fjordhotel. Deixamos as malas ali e passamos o resto do dia em Loen.

Standup paddle em Loen

Ali na beira do fjord é possível alugar caiaques e pranchas de standup paddle, para dar umas voltinhas. Passamos um tempo por lá e depois subimos no Loen Skylift, um incrível teleférico muito anguloso, que sobe 1011 metros e oferece ali em cima uma vista espetacular da cidade, do fjord e suas montanhas. É caro, mas vale muito a pena. Do alto daquele morro, grupos praticavam com seus paragliders coloridos, dando um tom aventuresco adicional à nossa rápida visita. Até restinhos de neve encontramos por lá.

Do alto do Loen Skylift

Paragliders

Algo que nos chamou a atenção foi que navios que percorrem os fjords têm parada na cidade. Ali descem dezenas de pessoas, que passam algumas horas explorando as lojinhas e as paisagens, depois retornam ao seu transporte e continuam a viagem pelos fjords conectados.

Salto de paraglider da altitude de 1011m

Depois do nosso pernoite em Innvik, partimos em direção a Lom. No caminho, passamos por inúmeras casinhas com telhado verde, aproveitando para esticar as pernas em uma ou outra cachoeira e fazer um piquenique na hora do almoço. Em Lom, de curiosos, paramos para visitar a igreja Lom Stavkyrkje.

Casinhas com telhado verde (de plantas)

Lom Stavkyrkje

Interior da Lom Stavkyrkje

Seguimos enfim para Lillehammer, onde andamos um pouco pela principal rua de pedestres da cidade, Storgata, muito elegante, cheia de lojinhas, bares e restaurantes. E finalmente partimos em direção a Oslo, chegando na capital no final do dia, para devolver o carro, jantar e passar a noite. Nos hospedamos no Forenom Serviced Apartments Oslo Royal Park.

Conclusão

Ao visitar a Noruega, não fique apenas em Oslo. A visita a Bergen e arredores, seus fjords espelhados, cachoeiras, geleiras e outras paisagens são incríveis atrativos fotográficos. Uma dica: se puder, alugue um motorhome. Vimos um sem número deles pelas estradas. Eles têm a grande vantagem de poder parar em qualquer lugar, sem depender de vagas em hotéis, são práticos para o preparo de piqueniques na estrada e são em si uma aventura à parte.

Veja também a parte da viagem onde visitamos Oslo, Estocolmo e depois Copenhagen.

Crédito das fotos: Fabio Tagnin

Voltar para Roteiros de Viagens